domingo, 8 de março de 2009

UM DIA QUALQUER DE UMA MULHER TAMBÉM QUALQUER


UM DIA QUALQUER DE UMA MULHER TAMBÉM QUALQUER

Acordar cedo
Fazer o café
Tem pão? Tem sim
Botar a mesa.
Não coma no sofá,
Veja como ficou cheio de farelo!
Não jogue a cinza de cigarro no chão,
Tome o cinzeiro.
Não, não vi a sua carteira,
Seu sapato está embaixo da mesa.
O que fazer para o almoço?
Feijão nosso de todo dia,
Ah, um peito de frango assado
Purê. Tá bom, basta.
Vixe, que a casa está suja
Varrer, passar pano
Colocar a roupa na máquina.
Xiii, tem que fazer o relatório,
Lá vou eu, teclar, teclar e teclar...
Nossa, como é tarde!
Estender a roupa, terminar o almoço.
Tá na mesa!
Vou fazer sopa para o jantar.
Puxa, como eles comem!
E nem levam o prato pra pia.
Lá vou eu de novo pra pia...
Tenho que terminar o relatório
Ufa! Consegui, o chefe vai adorar.
E ainda tem a pesquisa para a faculdade,
Vou deixar para amanhã.
Agora tenho que ir comprar o pão
Também queijo e ovos.
Pra cozinha de novo.
Ainda bem, terminou o dia.
Não fique chateado, seu chefe estava brincando,
Você é muito competente.
Tem cigarro suficiente, comprei duas carteiras.
Que banho gostoso!
Acho que estou engordando...
Epa, lá vem ele, todo animado
Hoje tem.
Usei a dor de cabeça ontem, hoje não tem desculpa.
Acabou, graças a Deus, agora posso dormir.
Amanhã é outro dia, quem sabe seja diferente...

E um VIVA às mulheres!
O que seria do mundo sem elas?

sábado, 7 de março de 2009

MULHER TODA BOA

O texto abaixo é de uma querida amiga baiana que tive a satisfação de ter a sua permissão para mostrar no meu blog, trata-se de uma homenagem às mulheres naturalmente toda boa.
“MULHER TODA BOA”
Sylvia Assunção

Ivete Sangallo popularizou uma canção de gosto duvidosíssimo, mas que caiu no gosto popular, que “enaltece” a mulher brasileira no que diz respeito à sua forma física.
Mulher “toda boa” tem que obedecer a certos critérios para justificar a homenagem: Pernões, peitões siliconados, bumbuns turbinados... A maioria das mulheres quer atender a esse apelo a fim de ser considerada “toda boa”. Contrariando tal composição, homenageio as mulheres com a minha imperfeita definição da Mulher Toda Boa.
Toda boa é a mulher que usa seus peitos, siliconados ou não, para amamentar seus filhos e até outros filhos que não são seus, sem medo de não passar no “teste do lápis”. É aquela que acolhe entre eles a cabeça de alguém e deixa escorrer por entre eles as lágrimas de alegria ou tristeza, vitórias ou fracassos, de vida ou de morte de quem se encontra por perto, sem distinção de qualquer tipo.
Toda boa é a mulher que não tem receio de levantar seus braços para abraçar e ser solidária com quem encontra ao longo da vida, acolhendo e aquecendo a quem quer que busque esse conforto. É também aquela que não tem medo do “teste do tchauzinho” (são muitos os testes!) e acena livremente para ser identificada nas chegadas e partidas dos seus mais queridos, sob lágrimas de alegria ou tristeza. Seu principal exercício de enrijecimento muscular não é planejado por nenhum personal trainer, mas se dá ao logo da sua trajetória, levantando alguém que cai, apoiando seus pais quando já idosos, manejando seus queridos em leitos de hospitais, sem considerar o peso de cada uma delas em qualquer situação.
Toda boa é a mulher que mesmo que a genética não lhe tenha sido favorável, consegue manter suas pernas tonificadas subindo e descendo ladeiras, morros, favelas a fim de abastecer sua casa de água ou comida com seu trabalho de casa; em casa, nas fábricas, escritórios, lojas, ou ainda praticando step by step no sobe e desce das passarelas sobre avenidas, indo e vindo do trabalho ou das escadas nos casarões e coberturas luxuosos, servindo com um sorriso amistoso aos seus patrões.
Toda boa é a mulher que mantém os seus olhos brilhantes e destacados, com ou sem maquiagem, porque os seus olhos estão no futuro e, pra isso, preparam-se nas escolas, recuperando o tempo perdido quando não puderam estudar, em universidades ampliando seus conhecimentos ou em cursos alternativos para serem úteis em causas sociais para melhorarem o mundo à sua volta.
Toda boa é a mulher que mesmo sem ter unhas tratadas e mãos bem hidratadas, são capazes de um carinho inigualável na cabeça do menino de rua, do marido desempregado, do filho drogado ou bêbado, da filha grávida que não sabe de quem, do vizinho idoso e solitário, do amigo ou amiga abandonado; e mudar, com seu toque, o dia daqueles que, sem esperar, recebem seu aperto de mão.
Assim, neste Dia Internacional da Mulher, que eu e você, sua mulher, amiga, mãe, irmã, tia, avó, sejamos alvos não do olhar descuidado e superficial de compositores de letras pobres e de rimas fáceis; mas dos poetas sensíveis e capazes de descobrirem em cada uma de nós, atributos imperceptíveis aos olhos das pessoas que quer apenas nos consumir de alguma forma, mas perfeitamente marcantes nos corações e nas vidas das que nos cercam.