terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Natal de “paz azul” na CEPE

Promovido pela CEPE, neste mês de dezembro, o emblemático lançamento do livro ENTRELINHAS, uma inusitada parceria - de Dom Helder Câmara, com poemas escritos no Recife, em 1970, sobre poemas de Carlos Pena Filho, publicados em 1959 – e união do Profeta da Paz com o Poeta do Azul, simboliza a boa fase da Editora, que “encerra um ano de atividades positivas, finanças equilibradas e com um ambicioso plano estratégico definido para 2010”, de acordo com a diretora-presidente Leda Alves.
Diretores, superintendentes, gestores e funcionários em geral têm hoje, na CEPE, um clima de confiança no futuro e de cenário positivo para o crescimento pleno da empresa, assegura Leda Alves.
A festa de confraternização natalina, programada para a próxima sexta-feira, dia 11, à tarde, na sede da CEPE, será realizada nesse clima de “paz azul” e, se transformará em uma autêntica festa nordestina com a participação do poeta e ator Jessier Quirino, no ato final : a sua personalíssima interpretação da poesia popular e dos “causos” do rico anedotário nordestino vai ampliar a alegria e o brilho da confraternização da Companhia Editora de Pernambuco.

Juareiz Correya
(81) 31832735 / CEPE, à tarde.
86852194

Vale a pena conferir.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

VISIBILIDADE

O poema/manifesto abaixo recitei no Quartas Literárias (26/08/2009), no Centro Cultural Luiz Freire - Olinda. O tema do evento foi "Visibilidade Lésbica" em virtude do Dia das Lésbicas (28/08). Embora não tenha o privilégio de fazer parte desse grupo, a intenção foi homenagear as mulheres, especialmente as lésbicas, que considero não se tratar apenas de uma opção sexual, é muito mais que isso, é um conceito de vida.

Isso não é demônio,
Isso não é doença.
É amor, carinho e compreensão...
A sociedade discrimina,
O sistema discrimina,
A igreja discrimina.
Quebrem-se as máscaras!

Vivas ao direito de existir,
de ser o que é,
ao direito à vida.
É resistência ao machismo, ao patriarcado
E à sua expressão mais nociva - a norma.
Não à censura e ao cerceamento dos afetos e desejos.

É visível
O que não se vê não existe;
O que não se conhece dá medo, ódio,
Desperta fantasias negativas.
Não é ser gay,
Não é ser homossexual,
Não é apenas uma opção sexual;
É ser Mulher, é ser Lésbica!

domingo, 7 de junho de 2009

CIRCO AMBULANTE


Hoje tem espetáculo!
Em marcha lenta segue a procissão
Dos mal amados filhos de Deus.
Em cada semblante a famigeração própria de espíritos ateus;
Em que a sarjeta seria o caminho natural das almas desgovernadas,
Mas a sua inocente fé, não se sabe em quê,
Levam para o limbo das vãs esperanças
De que os que ferem a alma dos desesperados
Serenem sua consciência com bolsas sem fundos.
Assim o circo cresce,
Palhaços acabrunhados com seu fraco riso,
Acompanham os miseráveis
Nas fileiras imundas das feras domadas pela fome e miséria.
Mambembes ignorantes vestidos com cetins e brocados,
Fantoches que seguem a trilha com chicotes na mão:
A falta de educação e de informação.
Malabaristas se equilibram na corda bamba
De um futuro incerto.
Será infinitamente o país do amanhã?
Videntes que o digam...
A procissão segue deixando rastros de ilusão
Serpentinas, confetes e purpurinas
E um nariz de palhaço.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O CIRCO


Circo, arena de figuras geométricas.
Retas, trapézios e círculos que convidam:
Desafie a morte, arrisque.
Círculo também no nariz do palhaço
Malabaristas brincam com as circunferências
A arena repete a mesma figura, maior
Cercado pela arquibancada de retas e triângulos
Tudo circundado por um polígono de lonas
Atenção!
A função vai começar,
Isso não é uma aula de geometria
Podem sorrir, é o circo trazendo alegria.

APELO

Esse poema foi apresentado na Festa de Livros (23/08), na praça do Arsenal - Recife Antigo, no última dia do Festival de Literatura "A Voz e a Letra" versão 2009.








A prece não cala a alma que grita
Sufocada pela verme do desamor
Angústia solitária
Corrói a mente e amordaça o coração
A brasa do cigarro queima o que resta de humanidade
As cinzas, prova do fugaz momento de sanidade
O vento, sem nenhuma vergonha levou
Um grito mudo que explode
Num apelo
Silêncio
Nada a fazer
Inútil esforço de se refazer
A mão fica estendida
No vácuo da ilusão dos mortos vivos.

domingo, 8 de março de 2009

UM DIA QUALQUER DE UMA MULHER TAMBÉM QUALQUER


UM DIA QUALQUER DE UMA MULHER TAMBÉM QUALQUER

Acordar cedo
Fazer o café
Tem pão? Tem sim
Botar a mesa.
Não coma no sofá,
Veja como ficou cheio de farelo!
Não jogue a cinza de cigarro no chão,
Tome o cinzeiro.
Não, não vi a sua carteira,
Seu sapato está embaixo da mesa.
O que fazer para o almoço?
Feijão nosso de todo dia,
Ah, um peito de frango assado
Purê. Tá bom, basta.
Vixe, que a casa está suja
Varrer, passar pano
Colocar a roupa na máquina.
Xiii, tem que fazer o relatório,
Lá vou eu, teclar, teclar e teclar...
Nossa, como é tarde!
Estender a roupa, terminar o almoço.
Tá na mesa!
Vou fazer sopa para o jantar.
Puxa, como eles comem!
E nem levam o prato pra pia.
Lá vou eu de novo pra pia...
Tenho que terminar o relatório
Ufa! Consegui, o chefe vai adorar.
E ainda tem a pesquisa para a faculdade,
Vou deixar para amanhã.
Agora tenho que ir comprar o pão
Também queijo e ovos.
Pra cozinha de novo.
Ainda bem, terminou o dia.
Não fique chateado, seu chefe estava brincando,
Você é muito competente.
Tem cigarro suficiente, comprei duas carteiras.
Que banho gostoso!
Acho que estou engordando...
Epa, lá vem ele, todo animado
Hoje tem.
Usei a dor de cabeça ontem, hoje não tem desculpa.
Acabou, graças a Deus, agora posso dormir.
Amanhã é outro dia, quem sabe seja diferente...

E um VIVA às mulheres!
O que seria do mundo sem elas?

sábado, 7 de março de 2009

MULHER TODA BOA

O texto abaixo é de uma querida amiga baiana que tive a satisfação de ter a sua permissão para mostrar no meu blog, trata-se de uma homenagem às mulheres naturalmente toda boa.
“MULHER TODA BOA”
Sylvia Assunção

Ivete Sangallo popularizou uma canção de gosto duvidosíssimo, mas que caiu no gosto popular, que “enaltece” a mulher brasileira no que diz respeito à sua forma física.
Mulher “toda boa” tem que obedecer a certos critérios para justificar a homenagem: Pernões, peitões siliconados, bumbuns turbinados... A maioria das mulheres quer atender a esse apelo a fim de ser considerada “toda boa”. Contrariando tal composição, homenageio as mulheres com a minha imperfeita definição da Mulher Toda Boa.
Toda boa é a mulher que usa seus peitos, siliconados ou não, para amamentar seus filhos e até outros filhos que não são seus, sem medo de não passar no “teste do lápis”. É aquela que acolhe entre eles a cabeça de alguém e deixa escorrer por entre eles as lágrimas de alegria ou tristeza, vitórias ou fracassos, de vida ou de morte de quem se encontra por perto, sem distinção de qualquer tipo.
Toda boa é a mulher que não tem receio de levantar seus braços para abraçar e ser solidária com quem encontra ao longo da vida, acolhendo e aquecendo a quem quer que busque esse conforto. É também aquela que não tem medo do “teste do tchauzinho” (são muitos os testes!) e acena livremente para ser identificada nas chegadas e partidas dos seus mais queridos, sob lágrimas de alegria ou tristeza. Seu principal exercício de enrijecimento muscular não é planejado por nenhum personal trainer, mas se dá ao logo da sua trajetória, levantando alguém que cai, apoiando seus pais quando já idosos, manejando seus queridos em leitos de hospitais, sem considerar o peso de cada uma delas em qualquer situação.
Toda boa é a mulher que mesmo que a genética não lhe tenha sido favorável, consegue manter suas pernas tonificadas subindo e descendo ladeiras, morros, favelas a fim de abastecer sua casa de água ou comida com seu trabalho de casa; em casa, nas fábricas, escritórios, lojas, ou ainda praticando step by step no sobe e desce das passarelas sobre avenidas, indo e vindo do trabalho ou das escadas nos casarões e coberturas luxuosos, servindo com um sorriso amistoso aos seus patrões.
Toda boa é a mulher que mantém os seus olhos brilhantes e destacados, com ou sem maquiagem, porque os seus olhos estão no futuro e, pra isso, preparam-se nas escolas, recuperando o tempo perdido quando não puderam estudar, em universidades ampliando seus conhecimentos ou em cursos alternativos para serem úteis em causas sociais para melhorarem o mundo à sua volta.
Toda boa é a mulher que mesmo sem ter unhas tratadas e mãos bem hidratadas, são capazes de um carinho inigualável na cabeça do menino de rua, do marido desempregado, do filho drogado ou bêbado, da filha grávida que não sabe de quem, do vizinho idoso e solitário, do amigo ou amiga abandonado; e mudar, com seu toque, o dia daqueles que, sem esperar, recebem seu aperto de mão.
Assim, neste Dia Internacional da Mulher, que eu e você, sua mulher, amiga, mãe, irmã, tia, avó, sejamos alvos não do olhar descuidado e superficial de compositores de letras pobres e de rimas fáceis; mas dos poetas sensíveis e capazes de descobrirem em cada uma de nós, atributos imperceptíveis aos olhos das pessoas que quer apenas nos consumir de alguma forma, mas perfeitamente marcantes nos corações e nas vidas das que nos cercam.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

SARAPATEL COM SUSHI










Deve ser coisa da idade
Mais de 40 anos bebendo água brasileira
Começo a misturar as coisas.

Cachaça com saquê
Samurai com Lampião
Recife com Nakasaki

Kabuki com Mamulengo
Maracatu, frevo, vassourinhas, ciranda e roda de coco,
Com os tambores e cantos dos festivais de cerejeira e dos “Bom-Odoris”

As ruas e pontes do Recife
Com as lembranças das ruas da minha infância

Monte Fuji, olhos puxados, quimono
Capoeira, caranguejos, vitalinos.

Olindando nos carnavais
Recifrevando nos passos do Galo

Carrosséis e cirandas
Girando na roda dos tempos
Fusos horários
Acordo quando anoitece em Tókio
Tókio acorda com a lua sob o Capibaribe

No Japão eu nasci
Em Pernambuco vou me ficando.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A PRIMEIRA VEZ
Sachiko Shinozaki estava linda. Emocionou e fez rir a platéia no Burburinho.
Lá estava a juventude da poeta que estreava para um público exigente.
Calejados poetas e acadêmicos junto aos fãs da poesia.
A voz firme e segura silenciou o público. Aplausos.
Uma noite maravilhosa para a nossa alegria.
Agora brilha uma nova estrela na poesia pernambucana.


* FERNANDO FARIAS
SACHIKO ESTRÉIA NA IMPRENSA PERNAMBUCANA

Folha de Pernambuco
Projeto Nós Pós apresenta novos poetas

O Bar Burburinho recebe hoje, a partir das 20h, mais uma edição do coletivo cultural Nós Pós, estreando a poetisa Sachiko Shinozaki dentro da programação do evento e na cena literária pernambucana. Cada autor terá cerca de 10 minutos para apresentação e Sachiko pretende recitar de sete a oito poemas na noite de hoje. Alguns de seus trabalhos têm circulado em vários blogs, entre eles o seu sachiko-poeta.blogspot.com.
Nascida em Nagasaki, a japonesa aproveita a ocasião para comemorar 50 anos de vida no Brasil. Administradora de empresas por formação, Sachiko tem dedicado todos esses anos ao ensino da língua portuguesa. “Estou muito integrada à cultura de Pernambuco e um dos poemas que recitarei hoje fala justamente dessa interação Japão Pernambuco”, afirma a poeta.
Além de Sachiko Shimozaki, também se apresentam no Nós Pós desta semana os poetas Altarir Leal, Cristiano Jerônimo, Rosângela Ferraz e Rogério Generoso. Os eventos do Nós Pós acontecem regularmente, sempre com recitais poéticos e música.

DIÁRIO DE PERNAMBUCO
Recital literário no Burburinho
Os amantes da literatura se encontram no bar Burburinho (Rua Tomazina - Bairro do Recife) para mais uma reunião do Nós Pós, a partir das 20h. Desta vez, o comando do círculo literário fica por conta de Sachiko Shinozaki, Rosângela Ferraz, Altair Leal, Rogério Generoso e Cristiano Gerônimo. A entrada custa R$ 3.

JORNAL DO COMMÉRCIO – Recife
Recital literário no Burburinho
Os amantes da literatura se encontram no bar Burburinho (Rua Tomazina - Bairro do Recife) para mais uma reunião do Nós Pós, a partir das 20h. Desta vez, o comando do círculo literário fica por conta de Sachiko Shinozaki, Rosângela Ferraz, Altair Leal, Rogério Generoso e Cristiano Gerônimo. A entrada custa R$ 3.

MINHA APRESENTAÇÃO NO NÓS PÓS




segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

POEMA


DELEITE
Estar contigo é um prazer
Ficar assim, mornamente nos teus braços;
Aconchegada, largada, dormente e demente.
Esquecida de tudo, num ato de perder,
Toda a razão dos percalços
Da vida, assim, docemente.

Lá fora a chuva ou será o sol, ou estrelas e lua?
Não sei, também, que importa?
Só eu e você, nesse abandono.
Nada acontece na rua
O momento não suporta
Nada mais que nosso contorno

Um olhar, um sorriso, palavras, carinhos;
Mundo perfeito, nosso mundo.
Brisa suave, quieta, só espiando,
Murmúrios baixinhos
Pra não atrapalhar, como música de fundo,
Da paisagem, de mim em você aninhando.

POEMA


SEMPRE ESPERANDO...
Seus olhos já não são tão brilhantes
O tempo passou
O eterno instante de esperar
Tornou-se obscuro ponto do nunca
A ponte caiu
Não há mais além do horizonte
Prédios enormes o esconderam
Não há ansiedade,
Agora tanto faz
Aquele que vem, vem?
O incerto futuro perdeu-se no tempo
A eternidade “efêmera” deixou marcas
Olhos nevoados pelas cataratas...