É com imenso prazer que o grupo Dremelgas Literárias, do qual faço parte, faz uma homenagem mais que merecida a Jomard Muniz de Brito, professor, escritor, poeta, crítico literário, irreverente, revolucionário, tropicalista etc, etc, etc..., um ser plural, múltiplo e único, contraditório? Não, não rotulável.
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adorei a apresentação do grupo no dia 14/05/2010,parabés foi a primeira vez que vir o grupo e tenho certeza de que quero ver mais vezes.Parabéns e muito sucesso a todos.
ResponderExcluirObrigada Menina,pelo comentário e pela sua presença na apresentação, mande seu e-mail para sachi0208@hotmail.com para vc receber convites das próximas apresentações do grupo Dremelgas.
ResponderExcluirAbraços
Olá, Sachico, tubo bem?
ResponderExcluirÉ um grande prazer poder conhecê-la. Espero poder colher bons frutos com a nossa parceria de trabalho, minha amiga.
Desejo sorte, saúde e sucesso para você e toda a sua família e parabéns pelo seu blog.
Abraço cordial do amigo, Emerson Fialho.
Também não deixe de conferir meus trabalhos em meus blogs, tá bom?
www.emersonfialhoartblog.blogspot.com
www.emersonfialho.wordpress.com
o vento se foi -
ResponderExcluiro silêncio é cúmplice
das pétalas caídas...
da varanda
ResponderExcluirjá não se houve o vento -
só o ranger da porta...
levadas pelo vento
ResponderExcluire espalhadas pelo vento -
todas as nuvens...
brisa da manhã -
ResponderExcluircurva-se até o chão
o bambu humilde...
sobre o telhado
ResponderExcluiro bem-te-vi olha longe
o que não posso ver...
quietude:
ResponderExcluirparece que as rãs todas
foram dormir...
no meio do rio
ResponderExcluirhavia uma ilha –
após a chuva não havia...
não fosse o luar
ResponderExcluira raposa teria morrido
nesta estrada...
triste e solitária
ResponderExcluirao som das grandes ondas
a jubarte se esvai...
nesta madrugada
ResponderExcluircomo saber das estrelas
se elas se escondem ?
nesta noite a chuva
ResponderExcluirtrazida pela ventania
inundou tudo...
tudo congelado -
ResponderExcluirainda bem que o pardal
estava no ninho...
encantou-se toda
ResponderExcluircom o buquê de gérberas
a borboletinha...
ano novo:
ResponderExcluirainda continua prá mim
a ser ano velho...
de flor em flor
ResponderExcluira mariposa vai sugando
até altas horas...
neste mundo
ResponderExcluiraflita a vida vai passando
e logo se cansa...
lá fora o frio
ResponderExcluirvai gelando tudo -
não o coaxar do sapo...
a chuva cresce
ResponderExcluirbatendo na vidraça -
e ali permanece...
penso que jamais haverá
ResponderExcluirem tempo algum
um frio como este...
chuva miúda:
ResponderExcluirmais fria que nunca
a tigela de sopa...
da varanda vejo
ResponderExcluirna grama gelada
minhas pegadas...
na varanda -
ResponderExcluiràs vezes um besouro
às vezes o luar...
aguaceiro:
ResponderExcluirclasses vazias na escola
pela manhã...
espere ! espere !
ResponderExcluira névoa vai passar -
eis a via láctea...
antes do anoitecer
ResponderExcluirtodas as nuvens
perdem sua forma...
após a chuva
ResponderExcluirsobre o gramado
poças de luar...
sabiá de manhã
ResponderExcluircanta e diz para mim -
levante-se...
após o luar
ResponderExcluira garoa fina lava
os campos de arroz...
sem rumo -
ResponderExcluireu poderia ser uma estrela
não fosse a garoa...
agora eu sei –
ResponderExcluirminha jornada é mais curta
que esta garoa...
não só coisas ruins
ResponderExcluirnesta manhã chuvosa –
pica-pau no poste...
à luz de vela
ResponderExcluiro silêncio tem vida -
a mariposa...
faltaram estrelas
ResponderExcluirpara este poema -
a noite se foi...
passo a passo
ResponderExcluirentre as gaivotas
vou caminhando...
nuvens brancas
ResponderExcluirtrazem nuvens negras -
tempestade à vista...
noite de insônia:
ResponderExcluirvai até de manhã
o coaxar do sapo...
noite de insônia:
ResponderExcluirlate o cão da vizinha
sem ritmo algum...
nos últimos dias
ResponderExcluiro tempo anda pesado
e num tom diferente...
entardecer:
ResponderExcluirna folha da bananeira
pinga forte o sereno...
um barco
ResponderExcluirum crepúsculo -
muitos olhares...
está ouvindo o vento
ResponderExcluirque uiva lá fora ?
a solidão é gelada...
chão imundo:
ResponderExcluiré por isso que a lagartixa
anda nas paredes ?
a tulipa mostra
ResponderExcluirmesmo sem fragrância
todo seu esplendor...
escuridão:
ResponderExcluiré do oeste que vem
esta tempestade...
velhos passantes
ResponderExcluirna calçada antiga -
velhos pombos...
sobre a terra seca
ResponderExcluiralém das folhas secas -
passam nuvens secas...
ah ! quanto tempo !
ResponderExcluirsó agora percebo
esta lesma na porta...
que saudades -
ResponderExcluirno caminho da serra
da flor de manacá...
um dia só não basta
ResponderExcluirpara o pica-pau rei
fazer sua toca...
tudo é bonito
ResponderExcluirquando a vida passa
a cada manhã...
na limpa aurora
ResponderExcluirsorrio em silêncio –
lua minguante...
neste mundo
ResponderExcluirnão há outra vida
a não ser esta...
a aranha tece
ResponderExcluirdentro da bromélia
novos caminhos...
grama esbranquiçada -
ResponderExcluirjá rasteja por ela
o vulto da lua...
todo fim de tarde
ResponderExcluirvolta e passa a noite
o vento nordeste...
deste lado só
ResponderExcluirtá levando quase tudo
o vento nordeste...
lua crescente -
ResponderExcluireleva-se no banhado
o coaxar dos sapos...
deixam-se avistar
ResponderExcluirà beira da estrada
floridos ipês...
todas as vezes
ResponderExcluirque atravesso o gramado
os grilos silenciam...
vindas com o vento
ResponderExcluirparecem cair do céu -
as andorinhas...
depois da chuva
ResponderExcluirformigas vão trilhando
o caminho de casa...
solidão acaba -
ResponderExcluirnem bem a noite começa
já desponta a lua...
a noite se foi -
ResponderExcluiré vermelho o amanhecer
como o olhar que vê...
já brota o álamo
ResponderExcluirque balança ao vento
bem devagarinho...
ah amiga !
ResponderExcluircomo posso compreender
este crisântemo ?
vento terral -
ResponderExcluiro cheiro de milho-verde
toma conta da praia...
daqui da varanda
ResponderExcluirvejo muitas flores lindas –
vestido da moça...
com este sol todo
ResponderExcluiro dia será muito longo
na beira da praia...
ao romper do dia
ResponderExcluirtodas as flores da praça
cintilam ainda mais...
com todo o encanto
ResponderExcluiresperando o fim do dia -
espalhadas garças...
gota de sereno
ResponderExcluirna folha do bambu -
viver é preciso...
tão leve a garoa
ResponderExcluirque o pescador continua
ao rumor das ondas...
existe silêncio
ResponderExcluirno interior do homem –
só ele pode ouvir...
entardecer –
ResponderExcluirtudo parece tão calmo
atrás da ameixeira...
contemplo a garça
ResponderExcluirque majestosa se estica -
lá no charco...
jambolão frondoso -
ResponderExcluirsobre a calçada vazia
a sombra dele...
incessantes -
ResponderExcluirna noite de ano novo
fogos de artifícios...
também incessantes
ResponderExcluirao fim do ano velho -
goteiras na varanda...
são tantas estrelas -
ResponderExcluircomo posso encontrá-las
neste nevoeiro ?
verdejante arrozal
ResponderExcluirseguindo a estrada
é de tirar o fôlego...
ronda noturna -
ResponderExcluirarrasta-se na calçada
a lesma sozinha...
há na pedra
ResponderExcluiralgo que encanta –
uma libélula...
abre-se a porta
ResponderExcluire o olhar da moça
tem a cor do céu...
insuportável
ResponderExcluireste vento e também
a falta dele...
raios e mais raios -
ResponderExcluiro relâmpago esconde
toda escuridão...
tomara-que-caia
ResponderExcluircom todas as flores
o vestido da moça...
como será
ResponderExcluiro caminho que eu farei
durante esta viagem ?
faz sentido
ResponderExcluira tremedeira do cão –
trovões lá fora...
à beira do lago
ResponderExcluira garça se estica e espia
a minha chegada...
lá fora o ruído
ResponderExcluirdia e noite
intenso da chuva...
inútil
ResponderExcluircom este vento todo
o trabalho do gari...
acácia cortada -
ResponderExcluirem seu lugar ficou
o céu estrelado...
entre o nevoeiro
ResponderExcluirum barco atraca -
de repente a garça...
trovões lá fora -
ResponderExcluiraqui dentro a noite
é dos mosquitos...
já nos veremos
ResponderExcluirao cair do orvalho
pela via láctea...