quinta-feira, 13 de maio de 2010

DREMELGAS NA LIVRARIA CULTURA

É com imenso prazer que o grupo Dremelgas Literárias, do qual faço parte, faz uma homenagem mais que merecida a Jomard Muniz de Brito, professor, escritor, poeta, crítico literário, irreverente, revolucionário, tropicalista etc, etc, etc..., um ser plural, múltiplo e único, contraditório? Não, não rotulável.



98 comentários:

  1. adorei a apresentação do grupo no dia 14/05/2010,parabés foi a primeira vez que vir o grupo e tenho certeza de que quero ver mais vezes.Parabéns e muito sucesso a todos.

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  2. Obrigada Menina,pelo comentário e pela sua presença na apresentação, mande seu e-mail para sachi0208@hotmail.com para vc receber convites das próximas apresentações do grupo Dremelgas.
    Abraços

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  3. Olá, Sachico, tubo bem?

    É um grande prazer poder conhecê-la. Espero poder colher bons frutos com a nossa parceria de trabalho, minha amiga.

    Desejo sorte, saúde e sucesso para você e toda a sua família e parabéns pelo seu blog.

    Abraço cordial do amigo, Emerson Fialho.
    Também não deixe de conferir meus trabalhos em meus blogs, tá bom?

    www.emersonfialhoartblog.blogspot.com
    www.emersonfialho.wordpress.com

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  4. o vento se foi -
    o silêncio é cúmplice
    das pétalas caídas...

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  5. da varanda
    já não se houve o vento -
    só o ranger da porta...

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  6. levadas pelo vento
    e espalhadas pelo vento -
    todas as nuvens...

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  7. brisa da manhã -
    curva-se até o chão
    o bambu humilde...

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  8. sobre o telhado
    o bem-te-vi olha longe
    o que não posso ver...

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  9. quietude:
    parece que as rãs todas
    foram dormir...

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  10. no meio do rio
    havia uma ilha –
    após a chuva não havia...

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  11. não fosse o luar
    a raposa teria morrido
    nesta estrada...

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  12. triste e solitária
    ao som das grandes ondas
    a jubarte se esvai...

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  13. nesta madrugada
    como saber das estrelas
    se elas se escondem ?

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  14. nesta noite a chuva
    trazida pela ventania
    inundou tudo...

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  15. tudo congelado -
    ainda bem que o pardal
    estava no ninho...

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  16. encantou-se toda
    com o buquê de gérberas
    a borboletinha...

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  17. ano novo:
    ainda continua prá mim
    a ser ano velho...

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  18. de flor em flor
    a mariposa vai sugando
    até altas horas...

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  19. neste mundo
    aflita a vida vai passando
    e logo se cansa...

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  20. lá fora o frio
    vai gelando tudo -
    não o coaxar do sapo...

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  21. a chuva cresce
    batendo na vidraça -
    e ali permanece...

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  22. penso que jamais haverá
    em tempo algum
    um frio como este...

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  23. chuva miúda:
    mais fria que nunca
    a tigela de sopa...

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  24. da varanda vejo
    na grama gelada
    minhas pegadas...

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  25. na varanda -
    às vezes um besouro
    às vezes o luar...

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  26. aguaceiro:
    classes vazias na escola
    pela manhã...

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  27. espere ! espere !
    a névoa vai passar -
    eis a via láctea...

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  28. antes do anoitecer
    todas as nuvens
    perdem sua forma...

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  29. após a chuva
    sobre o gramado
    poças de luar...

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  30. sabiá de manhã
    canta e diz para mim -
    levante-se...

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  31. após o luar
    a garoa fina lava
    os campos de arroz...

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  32. sem rumo -
    eu poderia ser uma estrela
    não fosse a garoa...

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  33. agora eu sei –
    minha jornada é mais curta
    que esta garoa...

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  34. não só coisas ruins
    nesta manhã chuvosa –
    pica-pau no poste...

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  35. à luz de vela
    o silêncio tem vida -
    a mariposa...

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  36. faltaram estrelas
    para este poema -
    a noite se foi...

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  37. passo a passo
    entre as gaivotas
    vou caminhando...

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  38. nuvens brancas
    trazem nuvens negras -
    tempestade à vista...

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  39. noite de insônia:
    vai até de manhã
    o coaxar do sapo...

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  40. noite de insônia:
    late o cão da vizinha
    sem ritmo algum...

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  41. nos últimos dias
    o tempo anda pesado
    e num tom diferente...

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  42. entardecer:
    na folha da bananeira
    pinga forte o sereno...

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  43. um barco
    um crepúsculo -
    muitos olhares...

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  44. está ouvindo o vento
    que uiva lá fora ?
    a solidão é gelada...

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  45. chão imundo:
    é por isso que a lagartixa
    anda nas paredes ?

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  46. a tulipa mostra
    mesmo sem fragrância
    todo seu esplendor...

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  47. escuridão:
    é do oeste que vem
    esta tempestade...

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  48. velhos passantes
    na calçada antiga -
    velhos pombos...

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  49. sobre a terra seca
    além das folhas secas -
    passam nuvens secas...

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  50. ah ! quanto tempo !
    só agora percebo
    esta lesma na porta...

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  51. que saudades -
    no caminho da serra
    da flor de manacá...

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  52. um dia só não basta
    para o pica-pau rei
    fazer sua toca...

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  53. tudo é bonito
    quando a vida passa
    a cada manhã...

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  54. na limpa aurora
    sorrio em silêncio –
    lua minguante...

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  55. neste mundo
    não há outra vida
    a não ser esta...

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  56. a aranha tece
    dentro da bromélia
    novos caminhos...

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  57. grama esbranquiçada -
    já rasteja por ela
    o vulto da lua...

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  58. todo fim de tarde
    volta e passa a noite
    o vento nordeste...

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  59. deste lado só
    tá levando quase tudo
    o vento nordeste...

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  60. lua crescente -
    eleva-se no banhado
    o coaxar dos sapos...

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  61. deixam-se avistar
    à beira da estrada
    floridos ipês...

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  62. todas as vezes
    que atravesso o gramado
    os grilos silenciam...

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  63. vindas com o vento
    parecem cair do céu -
    as andorinhas...

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  64. depois da chuva
    formigas vão trilhando
    o caminho de casa...

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  65. solidão acaba -
    nem bem a noite começa
    já desponta a lua...

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  66. a noite se foi -
    é vermelho o amanhecer
    como o olhar que vê...

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  67. já brota o álamo
    que balança ao vento
    bem devagarinho...

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  68. ah amiga !
    como posso compreender
    este crisântemo ?

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  69. vento terral -
    o cheiro de milho-verde
    toma conta da praia...

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  70. daqui da varanda
    vejo muitas flores lindas –
    vestido da moça...

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  71. com este sol todo
    o dia será muito longo
    na beira da praia...

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  72. ao romper do dia
    todas as flores da praça
    cintilam ainda mais...

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  73. com todo o encanto
    esperando o fim do dia -
    espalhadas garças...

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  74. gota de sereno
    na folha do bambu -
    viver é preciso...

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  75. tão leve a garoa
    que o pescador continua
    ao rumor das ondas...

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  76. existe silêncio
    no interior do homem –
    só ele pode ouvir...

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  77. entardecer –
    tudo parece tão calmo
    atrás da ameixeira...

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  78. contemplo a garça
    que majestosa se estica -
    lá no charco...

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  79. jambolão frondoso -
    sobre a calçada vazia
    a sombra dele...

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  80. incessantes -
    na noite de ano novo
    fogos de artifícios...

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  81. também incessantes
    ao fim do ano velho -
    goteiras na varanda...

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  82. são tantas estrelas -
    como posso encontrá-las
    neste nevoeiro ?

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  83. verdejante arrozal
    seguindo a estrada
    é de tirar o fôlego...

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  84. ronda noturna -
    arrasta-se na calçada
    a lesma sozinha...

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  85. há na pedra
    algo que encanta –
    uma libélula...

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  86. abre-se a porta
    e o olhar da moça
    tem a cor do céu...

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  87. insuportável
    este vento e também
    a falta dele...

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  88. raios e mais raios -
    o relâmpago esconde
    toda escuridão...

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  89. tomara-que-caia
    com todas as flores
    o vestido da moça...

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  90. como será
    o caminho que eu farei
    durante esta viagem ?

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  91. faz sentido
    a tremedeira do cão –
    trovões lá fora...

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  92. à beira do lago
    a garça se estica e espia
    a minha chegada...

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  93. lá fora o ruído
    dia e noite
    intenso da chuva...

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  94. inútil
    com este vento todo
    o trabalho do gari...

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  95. acácia cortada -
    em seu lugar ficou
    o céu estrelado...

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  96. entre o nevoeiro
    um barco atraca -
    de repente a garça...

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  97. trovões lá fora -
    aqui dentro a noite
    é dos mosquitos...

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  98. já nos veremos
    ao cair do orvalho
    pela via láctea...

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